poesia bruta

esse oco que me apavora

retém os olhos nas oscilações

me procuro e só encontro indagações

que aos poucos me devora

engasgo com a rima mal feita

perdi as palavras no vão da porta

e suspiro por uma ou outra morta

nenhuma me é hoje a eleita

ainda no espelho me procuro

do estanho só vejo a transparência

que acusa de mim, eterna ausência

poesia latente em estado bruto

sufocada em revelações marginais

morro nos meus verbos mais abissais

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 19/11/2009
Código do texto: T1932922
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