Elegia a Isabella

É uma porção verde da longe mata

antes da frieza do concreto armado,

quando a amada com a lua bem ao lado,

sonhava ouvindo a voz da serenata.

Na sombra do jardim improvisado

uma palmeira tímida desata

pranto de orvalho modelado em prata

sobre o corpinho ali abandonado...

Dele, olhos quietos miram a janela

onde outrora fingiu-se um lar festivo,

cheio do amor que torna a vida bela...

Lá dentro a esganação de uma inocente...

Nas mãos do monstro, o corpo ainda vivo

e o gesto que assombrou a toda gente.

Reginaldo Costa de Albuquerque
Enviado por Reginaldo Costa de Albuquerque em 26/03/2010
Código do texto: T2160461