Um pacóvio

Em meio à bosta dos cavalos e porcos.

Um cretino envergonhado e virulento,

Cuspido como quem cospe o excremento;

Jogado fora e condenado pelos párocos.

Um pacóvio oriundo dos negrumes

Homem pródigo, maltrapilho, maltratado...

Despojado na lama dos alcatruzes;

Vilipendiado, trôpego e malogrado.

De um uivar triste e faminto,

Mendigado, minguado e tosco.

A perambular como vagabundo conspurcado.

Andrajosa criatura do recinto,

Foge das agruras do deus fosco

E vai pelo mundo pra não ser estripado.

Washington Machado
Enviado por Washington Machado em 29/03/2010
Código do texto: T2165367
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.