Soneto ao soneto

Na tua imortal forma, exata e nobre,

onde a musa imprevista se aventura

fino peplo de címbalos te encobre,

desafiando o estro e a razão mais pura.

Afirmam os incautos que és de cobre,

arcaico para quem a tessitura

de cantar o atual jamais se dobre

ao rigor triunfal que em ti perdura.

Varinha de condão da antiguidade

soneto, tua síntese inquieta

contém sonho, esperanças e saudade...

Para sempre será o teu reinado,

enquanto houver no mundo algum poeta

ou o pulsar de um peito enamorado!

Reginaldo Costa de Albuquerque
Enviado por Reginaldo Costa de Albuquerque em 04/04/2010
Código do texto: T2176455