Na minha infância, impoluto

Na minha infância, impoluto;

Era um nauta; queria os mares.

Hoje, ambicioso e dissoluto,

Como um pássaro, eu quero os ares...

E voar na imensidão do imaginário.

- sem o auxílio de qualquer entorpecente,

Pra não ser como um pobre condescendente

Que não atinge o próprio relicário.

Queria, quero; sempre quis.

Como quem risca o chão com pedra giz:

A sorte – o destino de um homem hiperbólico.

E do imaginar anacoluto, prosopopeico;

O meu – julgado insano: onirismo epopeico.

Louco como um desejo esotérico

Washington Machado
Enviado por Washington Machado em 10/04/2010
Código do texto: T2188470
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