E quem vai culpar o desejo...

Acordou, e sentiu um frio pálido de saudade

Não encontrou mas teus braços e abraços

Em meio a lençóis amarrotados, esta só

Diluindo seus pesadelos em mais um cigarro.

Estranho, seu reflexo o condena, esta cansado

São dias contados em um calendário sem números

Lá fora cai ainda, uma ultima lagrima do céu vermelho

Encontra-se nu de suas vontades, perdido sem compasso

Simetria disforme em pedaços do vitral quebrado ao chão

E o gosto ruim do adeus deixado em branco e preto no quarto

A solidão lhe apavora não se reconhece, esta morto

A mão que afaga também explora com tapas no rosto caído

Um grito solto, um ultimo suspiro, um assassino no quarto

Morre o amor, e quem vai culpar o desejo...?