SONETO DA SAUDADE

Por aí vou andando ao Deus dará

Meu ‘spírito a vaguear sem destino,

Sem métrica, sem rima, sem atino,

Perdida em minha vida, como s’rá?

À procura Senhor não sei de quê,

A saudade a crescer sem eu querer.

Mas se não tenho força prà vencer

À toa vou, sem entender porquê.

Cada vez mais distante o meu passado,

Os cabelos mais brancos da idade

E o corpo enfraquecido e pesado.

Pra quê contar da minha mocidade

Que ao tempo já não tenha recordado?

Aumentar ‘inda mais minha saudade…

Lisboa - Portugal

Maria da Fonseca
Enviado por Maria da Fonseca em 15/06/2010
Código do texto: T2321395