SONETO DE SOWETO
Nas ruas, tantos pontos pretos
culpados por toda sua inocência
intolerância e pouca paciência
os encurralam em seus guetos
Mundo torto de leis tortas
abarca em si toda indiferença
posando como juiz; sua sentença
entorna um amargo caldo à sua porta
O mundo é todo restrito
na extensão de um grito
alto e surdo no escuro
esse grito não vaza o muro
e continuo preso no meu gueto
numa esquina qualquer de Soweto