Delator

Delator

Na noite escura, passos apressados na rua

mal iluminada, vulto ansioso, ágil, olhar

resoluto continua caminhar. No céu, lua

escondida, temerosa, não quer testemunhar.

De repente, abre um portão, rápido passa

por ele encontrando porta aberta, penetra

dirigindo-se a um aposento. Ainda da praça

alguém lê o bilhete modificando a letra.

O delator sai em sentido contrário, claro

como o dia o adultério consumava-se, asas

nos pés vai deixar notícia debaixo da porta.

Espreita até aparecer alguém, não raro

é ser bisbilhoteiro, ver ódio nas casas,

sorri assistindo a cena, com a cara torta.

Marta Peres

Marta Peres
Enviado por Marta Peres em 06/07/2010
Código do texto: T2361945