SONETO AO COLO MATERNO

Tenho medo da noite

Quando chove e o trovão estronda no céu.

Tenho medo da insônia e pesadelo:

Acorda em mim um monstro cruel.

Sei que muito sofreria e que teria um triste fim

Sem o conforto do teu colo para chorar e dormir

Tuas preces para afugentar o pesadelo com o coisa-ruim

E tuas mãos para me guiar e me proporcionar o sorrir.

Certos dias, a coluna dói de tanto sob e desce escada

Teu padecer é tão sofrido que chegas desfalecer.

(pranteias) Mas a fé não fraqueja sob o fardo da jornada.

Noutros, (em preces) adormeces sem desligar a luz.

(me apiedo de ti) No calor do teu corpo me deixo adormecer

E passo a noite sonhando com borboletas azuis.

Antonio Virgilio Andrade
Enviado por Antonio Virgilio Andrade em 14/09/2006
Código do texto: T240196