Nesse dia...

Que o alento de minhas palavras

Não fossem tão doces quanto o desencontro

Como as candeias fúnebres do meu espanto

Foram tão tristes quanto minhas mágoas

Vagueando, alma sem sorte

Latindo à minha procura, sempre persistente

Preferires por vezes à morte

Em seu canto apenas renitente

Calando-se na perturbação de tua culpa

Contraindo-se no atirar das catapultas

Mediante a frauta triste da solidão

(Por fim)

Quando buscares de minha boca, o conforto

Terás dormida, banho quente,

E veneno em tua água de côco...

Graciliano Tolentino

Verão de 2008 pra 2009

Graciliano Tolentino
Enviado por Graciliano Tolentino em 28/03/2011
Reeditado em 07/07/2018
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