CAMINHADA
Caminhando entre a planície e o precipício,
Entre um dia conturbado, outro sereno,
Compelindo-me, ora ao néctar, ora ao veneno,
Entre o autocontrole e o vício.
Entre os grãos contados e o desperdício,
entre as coisas vastas e o pequeno,
Na escada dos meus erros chego ao pleno,
Vislumbro paz ao final do sacrifício.
Sigo Deus, mas sem seguir doutrinas,
Vejo grandeza nas coisas pequeninas,
Há um cofre em mim de guardar gratidão.
Caio, ergo-me, junto meus pedaços,
Com as coisas nocivas vou cortando os laços,
Buscando pouco a pouco a perfeição.