DANÇA DOS SENTIDOS

Dança dos Sentidos

António Castel-Branco

Nos sublimes acordes que ecoam no espaço,

abandonas teu ser à pureza dos sons

que ressoam na mente em miríades tons

e te afagam o corpo num dúctil abraço.

Teu olhar já navega num mar de sargaço

que te tolhe os sentidos, os membros, os dons,

tua voz que se extingue no império dos bons

devaneios que buscam o olfacto num paço.

E tacteias o ritmo da dança, da vida,

e sentes reerguer uma face caída...

e se empunhas de novo o archote que faz

que os espíritos ajam em nome dos vivos,

que se juntem na dança dos nossos sentidos

e que acabem de vez os ataques à paz.

Sintra, 09/12/2006

António CastelBranco
Enviado por António CastelBranco em 12/12/2006
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