IPÊ BRANCO FLORIDO


Era um fim de tarde de primavera.
O ipê branco de tão pequeno porte
Alheio às nuvens plúmbeas, rumo norte,
Alvejava com flores a atmosfera.

Olhares pasmos ante assaz beleza
Fotografavam tudo, embevecidos,
E a Deus agradeciam comovidos
Mais esse presente da natureza.

As abelhas visitavam as flores
Em frenéticos voos apressados,
Pois a noite chegaria, afinal,

Trazendo co'a escuridão os temores
Das flores se perderem aos bocados
Depois de desabado o temporal.


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Nota: as abelhas tinham razão. No dia seguinte, a maioria das flores desapareceu dos galhos, espalhadas que estavam pelo chão.