HOJE DEIXEI QUEIMAR UM SONETO
Hoje pensei em cozinhar um texto
(Por que não um soneto bem quentinho?!...):
De caneta e papel, eis que me apresto,
Mas antes bebo um copo de – bom – vinho.
Jogo as palavras dentro de um contexto
E tempero e refogo num molhinho;
Salpico de emoções e deixo o resto
Para quando estiver apuradinho.
Mas ao mexer com a colher de pau
Reparei que queimara o cozinhado,
(Embora o sabor nem fosse tão mau…)
Fico a pensar qual fora o seu defeito:
Ou algum condimento adulterado,
Ou o vinho – malvado – fez efeito.
07.10.2010, AdolFo Dias