Soneto Cansado de Velho

O molhe de chaves balança ao vento...

O carro dorme na garagem.

Não há tempo de olhar o espelho.

Já nem uso maquiagem.

Uma caixa de brinquedos no alto do armário...

O calendário desfolha a memória

A cada aniversário aumentam os meus grisalhos,

O tempo canta parabéns ao contrário.

Eis um soneto cansado de velho,

Gasto de despedidas...

Mas nada é eterno nessa vida.

Se outras houver após esta.

Faço-me uma promessa...

Não nascer poeta.

Laura Duque
Enviado por Laura Duque em 24/11/2011
Reeditado em 15/09/2015
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