Protótipo

(idéia original: T.)

Sou fatalista – isto encarem como um fato.

Sou o analista de um mundo em putrefação.

Sou espelho, instrumento, pista. E se me mato

É para chegar justamente a tal constatação.

Não creio em Deus nem na vida no Céu

Acredito nos atos, nas palavras e no Mal

Na hipocrisia suprema, que como um véu

A todos mascara, do mendigo ao cardeal.

Na bebida e na lascívia tenho meu estúdio

A misantropia sendo-me já quase inerente...

Se puder, cuspo em suas almas meu repúdio

Enojado do culpado que se faz de inocente.

Não sou mártir, mas serviria como prelúdio

E triste eu seria... não fosse tão indiferente.

26/12/08

Damnus Vobiscum
Enviado por Damnus Vobiscum em 24/11/2011
Reeditado em 24/11/2011
Código do texto: T3354129
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