Protótipo
(idéia original: T.)
Sou fatalista – isto encarem como um fato.
Sou o analista de um mundo em putrefação.
Sou espelho, instrumento, pista. E se me mato
É para chegar justamente a tal constatação.
Não creio em Deus nem na vida no Céu
Acredito nos atos, nas palavras e no Mal
Na hipocrisia suprema, que como um véu
A todos mascara, do mendigo ao cardeal.
Na bebida e na lascívia tenho meu estúdio
A misantropia sendo-me já quase inerente...
Se puder, cuspo em suas almas meu repúdio
Enojado do culpado que se faz de inocente.
Não sou mártir, mas serviria como prelúdio
E triste eu seria... não fosse tão indiferente.
26/12/08