Spleen de Deuses 

    Oh! Dá-me o teu sinistro Inferno
     Dos desesperos tétricos, violentos,
     Onde rugem e bramem como os ventos
     Anátemas da Dor, no fogo eterno...       
 
     Dá-me o teu fascinante, o teu falerno
     Dos falernos das lágrimas sangrentos
     Vinhos profundos, venenosos, lentos
     Matando o gozo nesse horror do Averno.       
 
     Assim o Deus dos Páramos clamava
     Ao Demônio soturno, e o rebelado,
     Capricórnio Satã, ao Deus bradava.       
 
     Se és Deus-e já de mim tens triunfado,
     Para lavar o Mal do Inferno e a bava

     Dá-me o tédio senil do céu fechado...     
                                                               (de “Faróis”)
 

Créditos:
www.biblio.com.br/

www.bibvirt.futuro.usp.br   
www.dominiopublico.gov.br



João da Cruz e Sousa (Brasil)
Enviado por Helena Carolina de Souza em 27/11/2011
Código do texto: T3359917