INSTANTE
E nessa eternidade do momento
em que sentes os tempos já tolhidos
pela doce fragrância dos sentidos
emanada por forte sentimento,
olvidas esse anátema opulento
que vive e segue e castra os sonhos tidos,
e apagas esses tempos tão sofridos
em troca do que sentes num lamento.
Repousa então na sombra deste olhar
que mira e olha e sente o teu pensar,
e sorve a tensa e densa nostalgia...
E solta pelos ventos da lembrança,
apoia-te em pilares de esperança
e pula e canta e vive cada dia.
Sintra, 02/01/2007