INSTANTE

E nessa eternidade do momento

em que sentes os tempos já tolhidos

pela doce fragrância dos sentidos

emanada por forte sentimento,

olvidas esse anátema opulento

que vive e segue e castra os sonhos tidos,

e apagas esses tempos tão sofridos

em troca do que sentes num lamento.

Repousa então na sombra deste olhar

que mira e olha e sente o teu pensar,

e sorve a tensa e densa nostalgia...

E solta pelos ventos da lembrança,

apoia-te em pilares de esperança

e pula e canta e vive cada dia.

Sintra, 02/01/2007

António CastelBranco
Enviado por António CastelBranco em 04/01/2007
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