assombração

quando os olhos abro, quando os olhos fecho

há sempre um mal à beira de minha cama

uma nubente defunta que me puxa

os pés para um palácio de ossos podres

embaixo de um lençol branco me protejo

deste mal, desta alma, desta coisa branca

rondando em meu quarto deste quarta última

que a lua se fez esférica, redonda

eu, pobre, nunca soube o que é o mal

agora sei: amar alguém que se encontra

cá na vida quando nos separa a Morte

e do outro lado permanecer amando

sem esperança alguma, amar sonhando

isso não é Amor, isso sim é Morte.

Julio Dias
Enviado por Julio Dias em 29/03/2012
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