FIOS DE PRATA


Vejo uns fios de prata em teus cabelos
E penso, então, em frutos bem maduros,
Que esperam por alguém para colhê-los...

Mas percorrendo caminhos noturnos
Que não tiveram pra ti, desvelos,
Talvez eu seja um presente sem futuros...

E existe uma distância grande entre nós dois:
Talvez eu seja, ainda, um sol do meio-dia,
Distante, festivo pleno de fantasia:
E tu, o sol poente, quase noite, pois.

Tu foste ontem... O que eu sou agora
Sonho de amor ungido de esperança;
Guardando hoje milhões de lembranças
De alguma aventura que se foi embora.