O Velho Invisível
Um velho sentado é tão invisível
que parece esculpido em arte crua...
e ninguém se detém... será possível
que não chegue o grito às gentes da rua?
Está todo encolhido e permanece
embrulhado em papéis, cartões, jornais...
das lembranças felizes não se esquece,
pois prefere olvidar as mais actuais.
Continua a dormir nessa sacada,
escondido na sombra envergonhada
de quem nunca o ver quer, pois esquecida
deste mundo tão triste de quem sofre,
guardar prefere o amor em belo cofre
do que escutar as farsas duma vida.
Sintra, 07/01/07