Soneto pra poesia

Soneto pra poesia

Dos primeiros traguinhos não me esqueço,

Minha vida, por ela é injetada;

Com seu cheiro inalado eu desconheço

Um prazer que supere o da danada;

Quando lúcido, tomo e enlouqueço;

Quando louco, se paro, eu sou um nada.

Entre lúcido e louco, eu amanheço

Traficando e ingerindo essa malvada.

Meu cigarro traz paz em demasia,

Não se rima ou se compra em todo canto;

São sonetos que um velho pai fazia.

Viciei-me, e por isso bebo tanto...

Essa droga que eu uso é a poesia,

Que alucina encantando o desencanto.

Galdêncio Neto

Poeta Galdencio Neto
Enviado por Poeta Galdencio Neto em 01/07/2012
Código do texto: T3755449
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