GRILHETAS

GRILHETAS

António Castel-Branco

Permaneces prostrada. A dor sentida

penetra lancinante de torpeza

eivada de impropérios de rudeza

nos centros de emoção já tão retida...

No silêncio do grito. Reprimida

toda a vã tentativa de defesa

esboçada nos antros de pobreza

das mentes que não choram pela vida...

Vais jazer no teu corpo enclausurada,

sofrendo... pois de sonhos amputada,

desistes de lutar pela esperança.

Mas assomando as réstias de honradez

libertas-te do sangue e na nudez

dos sentidos revelas confiança.

Sintra, 29/01/2007

António CastelBranco
Enviado por António CastelBranco em 25/02/2007
Código do texto: T392681