SONETO A KRACORÉ

Kracoré é bom menino

Kracoré é menino índio

Kracoré vive na cidade.

O sistema sua história vai suprimindo

Kracoré guarda cicatriz da maloca

Que ardeu na queimada da floresta

Kracoré quer voltar para oca

Tocar atabaque e fazer festa.

Kracoré canta alvedrio do viver

Mas na selva de asfalto chora:

Kracoré não sabe ler.

Indigente, Kracoré anda na contra-mão.

Mas se kracoré fosse a escola:

Sua vida tomava outro rumo e direção.

Antonio Virgilio Andrade
Enviado por Antonio Virgilio Andrade em 01/08/2005
Reeditado em 13/09/2006
Código do texto: T39394