O padre

Sotaina ao vento a balouçar meiga e singela,

Passadas lentas, mergulhado no breviário,

Ia e voltava pelo pátio da capela

O Anjo da paz, o saNto herói, o bom vigário.

E eu me acerquei com reverência e com cautela

Temendo importunar o santo missionário.

E ele parou; falamos muito, sem aquela

Velada cerimônia, em clima solidário.

Falamos sobre vários temas do momento,

Religião, ciência, vida no Convento,

Trilha de luz, vereda aspérrima de abrolhos.

Mas, quando lhe falei de amor e de saudade,

Vi sumir-lhe da face anosa, a castidade

E duas lágrimas caírem dos seus olhos!

Do livro IRMÃOS DE SONHOS, pg.118, DE MINHA EXCLUSIVA AUTORIA Lucas POSTADO RECANTO