Indiferenças

E a indiferença mina a esperança

A alma se confunde no vazio

A vida se esfria, perde o cio

A tempestade oprime a bonança

Os passos já não seguem o mesmo brio

De tudo a ilusão desfaz-se e cansa

Nos olhos brilha a desconfiança

E fica a coragem por um fio.

Cansado o pensamento se lastima

Não arredam pé o medo e a solidão

A corroer instantes sem loucura

Afasta-se tristonha a ternura

E abandonado chora o coração

Ao ver-se a perder alguém que estima.