Poeta da Sombra
Eu sou quase sombra da sombra;
Pelo atrevimento de querer poetar
Emoção que no peito alfombra,
Delírio de poeta se auto nomear.
Sou quase sombra do morto vivo
Que passeia palavras lúgubres,
Em dueto soneto impulsivo;
Sou uma quase sombra fúnebre.
Sou a sombra de pequeno porte
Que vive das sobras da morte,
Ao acaso da própria sorte.
Quem encena versos mórbidos,
Vê Augusto em todos os óbitos?
Eu, a sombra dos melancólicos.