Soneto Saudade IV

Ela vem de longe canta ao ouvido

Som de harpa dedilhando melodia

Outrora fizera festejo em harmonia

Hoje em dia balbucia triste gemido.

Penetra no interior da alma punida

Vira, revira, mistura as lembranças

Leva, traz, desfaz fio de esperança

Nessa peleja não se dá por vencida.

Passeia sutil por minhas entranhas

Dolente suspiro letífico estertoroso

Sobrevém compassado e vertiginoso

Na indignação da tal tranqüilidade

Enfermidade crônica, necessidade

Adicto dominado da louca saudade.

Luzia Ditzz,

Campinas, 14-03-2013