Soneto a uma estranha no ônibus

Pouco é o espaço que a gente separa,

Tu que me olhaste mostrando desejo,

Eu que teus beijos aflitos prevejo

Nós que talvez nunca mais...Mas tomara...

Somos apenas assim dois estranhos,

Almas que a sorte só quis reunir

Para faltar a coragem de agir

Quando eu olhasse os teus olhos castanhos.

Poucas poltronas são nosso limite,

Nada que algum caminhar não transite,

Mas eu insisto em sozinho ficar...

Sei que talvez nunca mais vou te ver,

Tu que fizeste um poema escrever...

Eu que consigo em minutos amar...