soneto

SONETO

Ò pobre criatura! Eu tenho pena

Desse teu ar rompante de grãnfina!

Julgas ser a rainha – a neo Helena

De uma Tróia mesquinha em cada esquina!

Pobre de ti, misérrima açucena

Ao vendaval hercúleo da ruína!

A trapeira que trajas te condena

À realidade fria e libertina!

Atira a fria máscara na lama,

Destrói do peito os sonhos de grandeza,

Esquece o trono e o soluçar da fama!

Volta... real e bela como dantes!

E novamente te farei princesa

Num castelo de versos delirantes!

Salé, 22/01/l984 LUCAS CANDELÁRIA