Fado

Ai amor, ai amor, dói muito o pé

Caminhas apressada, sem maçada

Pra te acompanhar é longa a estrada

Não te apresses, não tenho a tua fé

Caminhas para o sol e para a lua

Eu sou de outros cambiantes e luzes

Algo me estuga os passos, pesam cruzes

Cansa-me a liberdade. Invejo a tua!

Num casulo me escondo qual crisálida

Quieto no meu canto sem saída

Sonhando uma alvorada, mesmo pálida

Escrito no destino, como fado.

És princípio, és fim da minha vida

És prenúncio, já vaticinado.

Antaco
Enviado por Antaco em 01/01/2014
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