Mito Banal
O que me sustenta nesse jogo brusco,
Não são palavras soltas nem o fio de mel
Que vez por outra amacia o gesto bruto;
São as migalhas servidas com uma gota de fel.
Não há metal nessas algema; carne vermelha
E um laço de aflição. Um guia anda às cegas,
Mostra nos verbos uma minúscula centelha,
Nada me prende nesse orgulho com que pregas.
É um mito que nunca passou de um ritual,
Como uma encomenda de bobos costumes.
Raro é o meu conceito lúdico emocional.
Ah! Senão em você mesmo, onde moram os senões?
Tão longe dos olhos quanto alcança a razão,
Por não sabê-lo, envenena a alma de ilusões.