Solidão (Soneto do amor sozinho)

ouço a chuva soluçando na vidraça
gotas d´água a desenhar carícias
descalça e nua a sussurrar ternuras,
em minha pele a provocar delícias

solidão que invade a minha alma
emudecida na escuridão da noite
escondendo-se por detrás das sombras
vencendo o medo, o vento, o açoite 

teu corpo ao tomar o lugar dele,
espalha cheiros, noites de aventura
provoca dor, constrói minha loucura

e mesmo na presença que enlouquece
e mesmo no silêncio que machuca
solidão fica aqui, abraça-me e aquece.





(prosa poética "Solidão"  adaptada para soneto)