Flores e Ossos

Fanaram-se os vergéis da juventude

Tombando sepulcrais as florescências;

Os tempos meus de gozo e pulcritude,

Prostraram-se em ingentes decadências...

Quais flores de fugazes existências

Deitando as hastes num outono rude,

Turvou-se a primavera em sonolências

Ao leito ananto da decrepitude.

Desfeitos os setembros de venturas,

Apenas restam frias ossaturas,

Carcaças de finais alacridades...

No olvidamento eterno — sepultadas —

Jazem funestamente desoladas,

Em meio às mortas flores das saudades.

Janeiro de 2015

*Decassílabos.

Derek Castro
Enviado por Derek Castro em 14/04/2015
Reeditado em 07/07/2017
Código do texto: T5206958
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