DESERTO

Eu sou como o sertanejo valente

Que vive no deserto sem fim.

Faminto, sem água e carente

À mercê de um tempo ruim.

Minha vida é rústica e diferente

Sem flores, sem viço e jardim.

A seca castiga minha mente,

Ninguém tem pena de mim.

Grita cansado o meu coração

Pedindo clemência e respeito

Ao poder surdo e incapaz.

Os sonhos se foram em vão,

As promessas feriram meu peito,

Mas a esperança não morre jamais.