Das lembranças que tenho de meu pai

A mão tremula e mal posso escrever

A lágrima teima e agora cai

Mesmo assim, eu preciso lhes dizer

Das lembranças que tenho de meu pai.

O seu jeito simples, como esquecer?

E o seu bar? Um lugar que não decai.

Nossas conversas, ao anoitecer,

Nessa calçada que até hoje me trai.

Olho ao longe e busco pela avenida

Entre as pessoas, em cada olhar manso,

Seu caminhar lento que o tempo forjou.

No peito procuro em cada batida,

Aqui, nessa cadeira de balanço,

O meu pai, que para casa não voltou.