Arte de Anna Paes
Pesadelo
Eliane Triska
Noite terrosa, úmida, que o frio
Como um carrasco - ser covarde e duro -
Num gesto bruto, empurra-me aos baixios
Olhos da noite. Sinto-me em apuros!
Dois gelos negros trazem à retina,
Auroras boreais abandonadas,
Um tempo sem direito a travessia,
Estrelas que não brilham. Valem nada!
Olhos da noite, quais as direções
Ao revelar aos céus teus embriões,
Te voltas com as pálpebras abertas?
Para mim? Me sucumbo à madrugada
Como eu fora, tão só, cinza soprada
Ao vento, que se agita e diz: Desperta!!!
Maio/2016