De tanta saudade...

 
A brisa — perfumando a rosa — geme
tão terna e tão queixosa! Eu me arrepio...
Ao escrever estes versos a mão treme...
Ah! De tanta saudade me angustio...
 
Estás longe — distância essa tão íngreme—
e só tua lembrança aquece o frio.
Não fossem os meus versos, esse leme,
teria naufragado no vazio...
 
Quisera eu ser a rosa — tu essa brisa...
Ah! Bafeja-me as pétalas — me oprima...
Dar- te- ei meu doce mel, sei que precisa...
 
E que assim saciado desse enzima
não te vás nunca, nunca —  porém frisa:
é teu , só teu, este amor pelo qual prima...
 


( Imagem: google)
 soneto do livro " Sonetos Para um Amor"- disponível em
http://www.clubedeautores.com.br/book/211289--SONETOS_PARA_UM_AMOR#.WCRuK9IrLhk