Amor e dor
Ébrio, perdidamente apaixonado,
o homem vomitava na saudade,
o porre de um amor da mocidade,
bebido sob as luas do passado.
Bem junto ao copo, o pranto derramado
por sobre uma foto em branco e preto.
Num guardanapo, a rima dum soneto
que põe amor e dor do mesmo lado.
A dor, fiel parceira do coitado,
atravessou seu pranto, em um só nado,
até chegar indene ao coração.
O amor, por sua vez, não disse nada.
Atravessou, com ele, a madrugada,
posto a guardar-lhe o sono, como um cão.
A dor do amor é pouco, quase nada,
se comparada à dor da solidão.
Ébrio, perdidamente apaixonado,
o homem vomitava na saudade,
o porre de um amor da mocidade,
bebido sob as luas do passado.
Bem junto ao copo, o pranto derramado
por sobre uma foto em branco e preto.
Num guardanapo, a rima dum soneto
que põe amor e dor do mesmo lado.
A dor, fiel parceira do coitado,
atravessou seu pranto, em um só nado,
até chegar indene ao coração.
O amor, por sua vez, não disse nada.
Atravessou, com ele, a madrugada,
posto a guardar-lhe o sono, como um cão.
A dor do amor é pouco, quase nada,
se comparada à dor da solidão.