SONETO DA AUSÊNCIA

Um dia, morrerei somente

Serei pó jogado no esquecimento

Esquecido de deixar uma semente

Que brote em qualquer momento

Sem saber o que se passa no mundo

Logo nem notarão que estou ausente

E o que foi um desgosto profundo

Será apenas uma mancha no inconsciente

Mesmo assim, serei objeto de uma saudade

Em algum canto da cidade

Que alguém cantará tristemente

Ausência ou algo que ninguém suporte

Palavras que tentam mudar minha sorte

Tudo é nada: morri somente.

JOAQUIM RICARDO
Enviado por JOAQUIM RICARDO em 08/08/2007
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