Pseudologia filosófica

Moinho e vento há muito têm um trato
de solidariedade pela vida.
Do mesmo modo, o prato e a comida,
a câmera, o filme e o retrato.

Também o tem o senso e o sensato,
o colibri, a rosa, a margarida...
o beijo de adeus e a despedida,
a meia, o cadarço e o sapato.

Pergunto: o que será do tal moinho,
se o vento resolver soprar sozinho
por ares nunca dantes ventilados?

Se há resposta, eu deixo aos cuidados
dos falsos que encontrar pelo caminho.

TERRAL
Fernando C Lima

O ar, a nuvem e o cata-vento,
A luz, o céu, o sol, cena completa,
O olho, na visão de um poeta,
Que se completa num só movimento.

A brisa, a aragem e o vento,
Sopro em sua origem mais discreta,
Oressa e frescor quase secreta,
O zéfiro, viração de um momento.

O ar e a bafagem ou anilho,
A aura faz bafejo em estribilho.
Ligeiro é chamado ventania.

Ao ficar forte vira uma procela,
E arrebenta o vidro da janela,
Rasgando o papel da poesia.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 18/06/2017
Reeditado em 12/07/2017
Código do texto: T6030726
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