Dias mortos

O amor morreu, morreu toda ilusão

Apagou, se foi a luz do sonho

E a solidão vislumbre tão medonho

Hoje se alia ao coração

Não há choro, e mesmo o vazio já não é estranho

É tudo natural como a paixão

É como ser, a alma, uma mansão

No meio de um deserto sem tamanho

Sorveu a vida as lágrimas fugidas

De olhos cujo tempo se perdeu

No fim de um horizonte imaginário

O corpo se apegou ao seu calvário

E quase não percebe que morreu

Rogando em prece o dom de outras vidas...