Livor Mortis

"Mãos de finada, aquelas mãos de neve"

Alphonsus Guimaraens

Mãos de Rainha — pálidas alvuras —

Transparecendo as veias azul-claras,

Trazem as formas nuas, formas raras

De níveas e marfíneas formosuras.

Mãos sacrossantas, cândidas e puras,

Relíquias tão pequenas e tão caras;

São como as mãos de Vênus, leves, claras,

De ilustres e perfeitas estruturas.

Pureza virginal de lírios santos,

Desnudas virgens — lívidos encantos —

Banhadas na palência do luar.

Hei de senti-las, frias e trementes,

Cerrando as minhas pálpebras dormentes,

Cerrando para sempre o meu olhar.

27 de Outubro de 2012

Derek Castro
Enviado por Derek Castro em 08/07/2017
Reeditado em 28/07/2017
Código do texto: T6048886
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