TOCAIA (soneto)

Dói-me esta constante tal espera

do que já não mais tem donde vir

que o desejo insiste em querer ir

aguardando na ravina da quimera

Doí-me uma dor insana, há existir

a cada alvorecer duma primavera

da ausência, da saudade, sem era

e do que não se tem, e quer pedir

Dói! O tempo a passar, eu quisera

poder nele estar e ali então devir

chorar, alegrar... ah! se eu pudera!

Como eu não sei como conseguir

a tocaia no peito se torna megera

e a alma romântica se põe a fingir

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

2017, 15 de julho - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 15/07/2017
Reeditado em 30/10/2019
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