EGO

“Alimenta-me para que não morras!” – disse o ego.

“Pois precisas do mínimo de amor próprio

A fim de que não vejas só o outro e a ti fiques cego

E passes a vida a existir como num ambulatório.”

“Porém, não me assoberbes com a obesidade

Pois enxergarás apenas a ti mesmo na escuridão

E pensarás que o outro não importa na realidade

Em que habitas só. Não te quero para escravidão.”

Poucos os que atentaram o ouvido preciso

Havendo aqueles que tal qual Narciso

Alimentam-se apenas de si mesmo morbidamente.

Enquanto outros se despojam de si debilmente

Assassinando o Ego, aceitando com subserviência

O ditado por quem não passa de humana excrescência.

Cícero Carlos Lopes
Enviado por Cícero Carlos Lopes em 25/07/2017
Reeditado em 30/03/2020
Código do texto: T6064220
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