Cântico Outonal

Aos poucos se exordia a decadência

Nas árvores, os galhos desnudando;

Vai-se a despetalar a florescência,

E os tons de leve, vão-se amarelando...

O ambiente, então, sucumbe em sonolência,

E a Natureza toda vai tombando...

As folhas vestem a áurea senescência,

— O velho Outono, enfim, está reinando!

A flora em silencial transmutação,

Dá-se a curvar em plena devoção,

No misticismo da última beleza.

E as árvores — quais santas — no abandono,

Rezam a prece divinal do Outono,

Na grande catedral da Natureza.

19 de Julho de 2017

Derek Castro
Enviado por Derek Castro em 02/08/2017
Reeditado em 14/08/2017
Código do texto: T6072087
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.