Nunca é tarde para o perdão
Perdoa, criança, este que em outras vidas
Te abandonou, cruel e egoísta, ao léu
Já foram tantas as chegadas e partidas
E tantos olhares pedindo perdão ao Céu.
Perdoa, criança, este que em outras existências,
De seres feliz, ceifou-te a esperança
Já foram tantas vontades e desistências
E teu semblante ainda não saiu da lembrança.
Hoje, consciente do crime em remoto passado
Prostro-me, arrependido, de joelhos ao chão
E espero, talvez sem merecer, por ti ser perdoado.
Sei que em algum momento me virás ao coração
A chance de amar-te como sempre ter sido deveria
Pois tua vinda será minha redenção e plena alegria.
Cícero – 30-12-17