Soneto Último do Fim

Diz-me como faço morrer esse pranto?

Como calo o coração à gritar teu nome,

Jurado à sozinho ficar sem tua fronte?

Não demore...me verá sob um manto.

Longe ouço teu riso; até ontem me adoçou...

Feito fel, ficou para fazer companhia a mim.

Estás agora à cortejar outras faces...é fim...

Deságuo em lágrimas. Nosso eterno não vingou.

Em vão, ainda faço arranjos de meus

Já ressequidos versos para abrandar-me.

Não há seiva...sim raízes mortas do que viveu.

É notório, de amor eu morro! Pois meus olhos

Já arqueam incapazes por não mais a ti terem...

Abraçam-me...penosos, seguem doloridos.

Jack Sousa

Pela fresta
Enviado por Pela fresta em 19/01/2018
Reeditado em 19/01/2018
Código do texto: T6230383
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