O que ficou
Dispersa do passado a eterna bruma
ficou-me uma ilusão de ser amado;
ficou-me de teu ser coisa nenhuma;
ficou-me a sensação do inacabado...
Das lágrimas no chão, uma após uma
ficou-me o recordar todo um passado;
ficou-me alguma flor que não perfuma;
ficou-me o anelo vão, desesperado...
De tudo o que vivi, toda a inocência
ficou-me, na verdade, o que sobrou...
Ficou-me a lassidão da consciência...
De tudo o que deixaste só ficou
o que restou de mim na tua ausência:
A dor deste poeta que te amou!