O que ficou

Dispersa do passado a eterna bruma

ficou-me uma ilusão de ser amado;

ficou-me de teu ser coisa nenhuma;

ficou-me a sensação do inacabado...

Das lágrimas no chão, uma após uma

ficou-me o recordar todo um passado;

ficou-me alguma flor que não perfuma;

ficou-me o anelo vão, desesperado...

De tudo o que vivi, toda a inocência

ficou-me, na verdade, o que sobrou...

Ficou-me a lassidão da consciência...

De tudo o que deixaste só ficou

o que restou de mim na tua ausência:

A dor deste poeta que te amou!

Poeteiro
Enviado por Poeteiro em 22/10/2005
Código do texto: T62333